A Crônica do Tempo
Kazuhito Yamamoto
Como o tempo passa rápido, gente!... Parece que as coisas do ano passado aconteceram ontem. Vem Natal, vai Natal e os anos vão embora. E os perus também...
Culpa daquela divindade que apareceu no princípio dos tempos, formou-se por si mesmo e nomeou-se deus do tempo. O tal de Chronos, aquele! Ele deu ritmo meio acelerado à sequência temporal ou cronológica. Acho eu que ele estava meio descalibrado quando montou o primeiro relógio do Universo.
Mas, sempre surge alguém que se rebela contra algo estabelecido e imutável. Mal deve ter imaginado o “Chro” que Einstein viria a dar uns pitacos no século XX para diminuir um pouco o ritmo dos tempos.
A verdade é que o tempo é algo desnecessário se a gente pensar bem. Então, pensemos! Sem ele, ninguém precisaria sofrer de doenças da velhice. Sem prazos, nenhum alimento teria seu prazo de validade vencido; e conta ou fatura alguma receberia multa por atrasos de pagamento. Ah, e tem mais: nenhuma princesa precisaria ficar suspirando pela chegada do seu príncipe encantado por dias e dias, meses e meses, anos e anos...!
A propósito, você sabia que o “Chro” era um ser incorpóreo e serpentino, com três cabeças? Eu só não entendo como algo incorpóreo (sem corpo e imaterial) podia ter cabeça! É uma contradição tão absurda que nem mesmo um deus deveria ter permissão de criar.
Aproveitando o fim desta lauda, tenho a dizer ainda que:
“Se o tempo se desse tempo a si mesmo para pensar, ele deixaria de ser destemperado para com os seres temporais como nós.” (K.Y.)
E tenho dito.
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